O caminho pisado
"Da cama pro banho, do banho p’rá sala,
O sono persiste, o sol já não tarda,
A vida insiste em servir
Um velho ritual que sempre serve a tantos outros.
O mesmo pão comido aos poucos.
Se senta e abre o jornal
Tudo parece normal
Um dia a menos, um crime a mais
No fundo no fundo no fundo tanto faz
Já é hora de vestir o velho paletó surrado
E caminhar sobre o caminho pisado
Que conduz rumo à batalha que inicia cada dia
Conseguir um lugar
P’rá sentar e sonhar no lotação
E é tudo igual, igual, igual..."
Uns abrem caminhos. Outros seguem pelo caminho pisado. Uns escolhem seus próprios rumos. Outros seguem as placas. E seguir as placas não é o mais fácil. Muitas vezes elas apontam para grandes obstáculos, indicando que devem ser ultrapassados. E alguém que cria caminhos pode descobrir um atalho que utilize bem menos esforço. Ou pode arrodear e arrodear, só por diversão mesmo. Só pra encontrar coisas, ou se encontrar. Ou se perder e nunca mais saber onde está.
Seguir as placas não é a única forma. Mas não é desmérito! Não é porque está na moda "ser você mesmo", mudar, criar caminhos, que todos vão ter que ser assim. Se o caminho das placas satisfaz, pronto, não tem problema! Se ele está ali, é porque é útil para alguma coisa, ora mais! O problema é quando o caminho passa a não satisfazer mais. Aí é preciso coragem pra fugir do caminho ou para buscar outro, que pode ou não estar sinalizado. Ou então uma mudança de posto de vista, para ver os pontos bons do mesmo caminho.
Ah, não existe receita para caminhos, muito menos para felicidade!