SOLTANDO UMAS!!!

Duas amigas. Duas cabeças (unidas pelos cachos). Dois estilos. Duas histórias (que se cruzam). A junção disso e algo mais? Este blog!



pessoas entraram aqui.





Weblog Commenting by HaloScan.com

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

 

sábado, março 15, 2003

 
Ela vivia em um mundo cor de rosa. Cercada de luxo e proteção. Pessoas ao redor o tempo todo, querendo saber se ela estava bem. Mas ela estava sempre bem. Sorriso no rosto, sem maiores preocupações. Nada faltava. Tudo à mão, sem esforço, sem dor. O que é dor? Não conhecia. E ficava em seu quarto ouvindo musiquinhas alegres e pensando.

Mas ninguém ao redor sabia o que ela pensava. Ninguém sabia porque ela demorava tanto no banho ou debruçada sobre livros. É uma menina boa, limpinha, estudiosa! Ninguém esperava aquela grade desparafusada, aquele bilhetinho sobre a cama, as roupas de luxo ainda no guarda roupa... Tinha levado só as mais simples em sua viagem sem rumo. Em busca do mundo, do medo, da dor. E da real felicidade que só conhece quem conhece a dor.

A mãe chorava desesperada. E a filha, já distante, chorava também. Derramava sua primeira lágrima em anos... Anos de falsidade. Sentia-se vazia, minúscula, infantil. Não foi preparada para a liberdade. Não sabia pegar um ônibus. Não sabia onde estava, como chegar a uma lanchonete ou voltar pra casa. Inútil. Inútil! Inútil!!! Desesperada!!! Agora as lágrimas se juntavam aos pingos de chuva, que caíam cada vez com mais freqüência, cada vez maiores e mais gelados.

De repente, ela escuta uma musiquinha. Reconhece. Vem da sua bolsa. Abre. Atende.
- Alô, mãe!!! Vem me pegar!!!
- Onde você está, minha filhinha querida?
- Não sei! Em uma rua fria e escura!
- Qual o nome da rua?
- Não sei, mãe, vem logo!!!

E o mundo cor de rosa fazia cada vez mais falta. Era tão mais fácil pedir pra pegar no colégio, ou no shopping... Bastava pedir. Agora, como a mãe ensinou, ela teria que ir até a esquina e olhar as placas com nomes de rua pregadas nos muros. Se era assim a realidade, preferia seu mundinho falso. Sua falsa alegria. Sem esforço, sem dor. Sem prazer também, mas querer prazer é pedir demais.

Ao chegar em casa, seu pai a esperava. E ela levou a primeira palmada da vida...


Queria colocar um trecho de alguma musica aqui, mas s?o tantos trechos, e tantas musicas, e tantas pessoas que ja conhecem as musicas, e tantos significados ocultos ou até aparentes demais, que deixo apenas essa enorme frase para os corajosos que chegaram até aqui.