Já faz um tempo que venho reparando isso: Quem me conhece pelo blog não me conhece. Não sei se isso é bom ou ruim, mas é um fato. Lendo os arquivos, vejo que muita coisa ali não sou eu. Não que eu tenha mudado, pelo contrário! É que eu sou bem aquele tipo "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço".
So don't worry about a thing
'Cause every little thing
Is gonna be all right
Não se importe! Não se preocupe com besteiras!
É muito fácil falar, mas colocar em prática é difícil. Aí a pessoa se importa com uma besteira. Se ela só se importar, tudo bem, passa logo. Mas se ela pensar: não, eu não deveria ter me importado com isso, ela já estará se importando com o fato de ter se importado. Aí ela pensa: não deveria me importar por ter me importado. E acaba se importando por ter se importado com o fato de ter se importado. Complicado, hein? Mas acontece. E a pessoa acaba caindo em um ciclo do qual ela só vai sair se por algum motivo conseguir parar de pensar. Porque enquanto ela pensa, ela se importa.
O problema é que somos seres pensantes. Não dá pra simplesmente parar de pensar. E não existe nenhuma solução fixa e determinada para sair de ciclos de tristeza causados por pensar muito. Depende dos pensamentos, do momento, da pessoa, de tanta coisa... Às vezes estar com pessoas ajuda, às vezes atrapalha... Não se importar seria uma solução, mas acaba se tornando um problema. Talvez a solução fosse não criar regrinhas para a vida, viver simplesmente. Mas isso já é uma regrinha. Ou então aquela coisa de metamorfose ambulante, de não se importar em ser contraditório. Não se importar? Já falei sobre isso. Quer dizer, não tem solução.
E lá vem aquela vontade de colocar a solução aqui, já que o post está acabando e sempre faço isso. Adoro dar soluções, mas normalmente elas são falsas. Então, lá vai uma coisa (longe de solução) pra não perder o costume. Música ajuda. Tanto músicas alegres, pra se empolgar e pensar em outra coisa, quanto músicas tristes, pra chorar sem se importar (quebrando, assim, o ciclo). Ou as duas espécies combinadas (primeiro as tristes, depois as alegres). Comigo, normalmente funciona.