No shopping, cansada de um dia de trabalho e um tempo de compras. Comendo. Vejo uma meninazinha pequena, com o pai, olhando para uma fonte. Na maior felicidade, ora tentando pegar na água, esticando o braço, ora só prestando atenção, ou chamando a mãe pra ver. A inocência de uma criança em seus bons tempos. Tudo é novidade. Tudo atrai. Sem grandes preocupações, nem responsabilidades, voltando seu olhar curioso para as coisas simples.
Depois olho para a fonte. É nova, pelo menos nunca tinha visto antes. E nem visto igual. Nada de água subindo muito alto ou escorrendo de muito longe. Simplesmente 4 ou 5 canos pequenos soltando um pouco de água, formando uma camada fina, meio que uma esfera transparente ao redor de cada cano. Aquilo lembrava bolhas de sabão, mas sem sabão. Coisa bem diferente e delicada.
E nessa hora meio que me coloquei no lugar daquela menina, exercitando aquilo que toda criança tem, mas que a gente vai perdendo à medida que cresce, que é a capacidade de se admirar com as coisas simples. E ela tem cachinhos, como eu. Mas ela não tem que pegar o carro e enfrentar trânsito ruim para assistir à segunda aula da noite. Então lá vou eu levantar e voltar à batalha da vida. Que meus futuros filhos possam se admirar com as fontes!